Cientistas brasileiros participaram de uma ampla revisão internacional que analisou diversos estudos sobre a creatina, um suplemento popularmente usado para melhorar o desempenho físico. Publicado no Journal of the International Society of Sports Nutrition, o artigo reúne evidências científicas que esclarecem mitos e verdades relacionados ao uso da creatina. Os pesquisadores confirmaram que a suplementação em doses recomendadas pode potencializar a atividade física sem causar danos aos rins, câncer ou outros problemas de saúde comumente associados ao seu uso. Além disso, destacaram áreas que necessitam de mais investigação, como os possíveis benefícios terapêuticos e o uso durante a gestação.
A creatina é um composto natural produzido pelo corpo humano, principalmente nos rins e fígado, a partir de aminoácidos específicos. Ela também está presente em alimentos como carnes vermelhas e pode ser consumida através de suplementos comerciais. Esta substância desempenha um papel crucial na produção rápida de energia, especialmente nos músculos, o que a torna valiosa tanto para atletas quanto para pessoas que buscam melhorar sua capacidade de exercitar-se.
O estudo enfatizou que a creatina não está relacionada a condições graves, como câncer, nem provoca problemas renais, câimbras, calvície ou hipertensão. A pesquisa também examinou aspectos menos conhecidos, incluindo seu possível papel na saúde óssea e cognição. Os cientistas dividiram as afirmações sobre a creatina em três categorias: fatos confirmados, desmentidos e aqueles que requerem mais investigação. Entre os pontos confirmados estão os benefícios do suplemento para o desempenho em atividades de alta intensidade, como esportes coletivos, além de sua segurança para idosos e adolescentes.
Além das conclusões claras, o estudo apontou áreas onde ainda há incertezas, como o uso da creatina durante a gestação e seu potencial em situações clínicas específicas. Estudos pré-clínicos sugerem que a creatina não causa danos à mãe ou ao feto em modelos animais, mas são necessários ensaios clínicos bem controlados para confirmar esses resultados em humanos. Outros tópicos explorados incluem a interação da creatina com a cafeína, seus efeitos na privação de sono e fertilidade masculina, além da importância do horário de ingestão do suplemento.
O trabalho oferece uma visão abrangente e didática sobre a creatina, fornecendo respostas a perguntas frequentes e resumindo as principais evidências disponíveis. Ao esclarecer muitos dos mitos circulantes sobre o suplemento, os autores esperam orientar melhor o público e profissionais de saúde sobre seu uso seguro e eficaz.
